segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

MAX MARTINS - POETA PARAENSE


Ofereço a vocês uns dos meus poemas preferidos de Max Martins em homenagem a este grande poeta paraense-Brasil

A fera

Das cavernas do sono das palavras, dentre
os lábios confortáveis de um poema lido
e já sabido
voltas

para ela - para a terra
maleável e amante. Dela
de novo te aproximas

e de novo a enlaças firme sobre o lago
do diálogo, moldas
novo destino

Firme penetra e cresce a aproximação conjunta
E ocupa um centro: A morte, a fera
da vida te lambendo.

O caldeirão

Aos sessenta anos-sonhos de tua vida (portas
que se abrem e fecham
fecham e abrem
carcomidas)
ferve

a gordura e as unhas das palavras
seu licor umbroso, teus remorsos-pêlos
Ferve

e entorna o caldo, quebra o caldeirão
e enterra
teu faisão de jade do futuro
teu mavioso osso do passado

Agora que a madeira e o fogo de novo se combinam
e o inimigo nº 1 já não te enxerga
ou vai-se embora
varre a tua cabana e expõe ao sol tua língua
tua esperança tíbia
o tigre da Coréia da parede

É lícito tomar agora a concubina
E despentear na cama a lua escura, o ideograma

A Cabana

É preciso dizer-lhe que tua casa é segura
Que há força interior nas vigas do telhado
E que atravessarás o pântano penetrante e etéreo
E que tens uma esteira
E que tua casa não é lugar de ficar
mas de ter de onde se ir.

UNIVERSO INDECIFRÁVEL

Não conseguí palavras
(...) descrever tanta harmonia
tão verde menina dos olhos dos uirupurus
tanta vida pelo cheiro
no perfume da floresta
urrando nas pegadas do curupira
indecifráveis e infinitas criaturas.
Universo úmido
caçadores tecem armadilhas
para saciar a fome
olhos brilham como lanternas acesas
num rítimo cardiáco acelerado
inocentes presas desprotegidas pela fome
flutuam como jacarés no amanhecer
anjos de frutas
pássaros de luz.
verde
água que chora os vazios da
A
M
A
Z
Ô
N
I
A




Related Posts with Thumbnails

add this