sexta-feira, 26 de junho de 2009

VOCÊ

/Por debaixo daqueles pilares
carregados de esforços verticais
existe um avanço de deformações/
Como se fóssemos medir um fio de cabelo
no mesmo ambiente
//respeitando a lei da natureza//
não perdendo assim o respeito pelo outro
que
debaixo de uma árvore

inventava fórmulas
teoremas de (....)de tanto Pó
to
Ta ta ta ta
montando uma expressão
de energia sem tecnologia
sem medidas
Acreditas?/
Chegamos então a concluir que//
para todos os fatos
a desejada função apresentava todos

os resultados matemáticos usados até então/
Se fizeram respeitados//
havia indicações de que não teria deformações
Tudo se fazia com muita perfeição/
Sem transformações
//Sendo menores ainda comparados entre si//
/Na flexibilidade
estabilizando sem resistir
Sendo assim o mais flexível possível
na estrutura de uma de suas vidas//
Você olha
ele olha
você olha para ele/
Você até olha
mas se dará por vencido
que///
/Uma estrutura é você/

domingo, 21 de junho de 2009

Minha música

(Adriana Calcanhoto)

Minha música não quer ser útil
Não quer ser moda
Não que estar certa
Minha música não quer ser bela
Não quer ser má
Minha música não quer nascer pronta
Minha música não quer redimir mágoas
Nem dividir águas
Não quer traduzir
Não quer protestar
Minha música não quer me pertencer
Não quer ser sucesso
Não quer ser reflexo
Não quer revelar nada
Minha música não quer ser sujeito
Não quer ser história
Não quer ser resposta
Não quer perguntar
Música quer estar além do gosto
Não quer ter rosto, não quer ser cultura
Minha música quer ser de categoria nenhuma
Minha música quer só ser música
Minha música não quer pouco

Colaboração: Raquel Nava

Sonho


Saudades me vejo,
buscando meu sonho.
Que desce correndo
no vento da alma.
Em linhas suaves
circuitos urbanos,
sentimentos sofridos
no mistério de um sonho/
/frequência contínua

segunda-feira, 15 de junho de 2009

UMA CAMA VIDA MINHA

Uma chama

uma cama

vida uma

base minha

uma chama

nossa vida

uma rocha

que suporta//

temporais//

nossa vida uma chama

que inflama

que passa

perpassa

em flores/

em pétalas//"

minha vida é você//

que passa/

/me arrasta correnteza

que me leva flutuando pelo rio abaixo//"

vida minha"""//

domingo, 14 de junho de 2009

SILENCIOSAS RISADAS

-->
Que te lembres agora
Silenciosas risadas lançadas ao vento
Completam emoções a distancia
Que, perdida na estrada derramam
Dispersam tempestades avessas
soltas na fé da dura rotina
claream ruínas ainda que morrerás daqui a pouco,
Uma loucura de generais a cavalo
Bramidos em fogueiras
\OLHOS na janela do dia refletem meditativa mediação\
Temporais maciços, macróbios
sem opções surgem opacos /
renovam irradiantes
retratando o sabor de cada loucura
no seio da luz do amor perdido ali sem seduzir
cada partícula que passa registra o círculo
incumbem de nos lembrar agora
silenciosas risadas//

-->

terça-feira, 2 de junho de 2009

POESIA DE FERNANDO PESSOA

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que soque não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo : "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.

Fernando Pessoa
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